quinta-feira, outubro 25, 2007

Texto dos Outros III


" (...) Parece-me que, quando era mulher, zombava muito daqueles que me atribuíam idéias ponderadas, enquanto somente o momento me fazia tê-las, que procuravam razões onde eu tomara leis unicamente do capricho e que, por querer me aprofundar demais, nunca entravam em mim. Era verdadeira no tempo em que passava por falsa; acreditavam que eu era galante no instante em que era terna; era sensível e imaginavam que era indiferente. Quase sempre me atribuíam um caráter que não era o meu ou que acabava de deixar de sê-lo. As pessoas interessadas em me conhecer o máximo, com quem eu dissimulava o mínimo, às quais mesmo, levada por minha indiscrição natural ou pela violência dos meus ímpetos, eu revelava os segredos mais íntimos da minha vida ou os sentimentos mais verdadeiros do meu coração, não eram aquelas que mais acreditavam em mim ou que me compreendiam melhor; elas somente queriam me julgar segundo o plano que tinham feito, enganavam-se continuamente e acreditavam ter me conhecido bem, quando tinham me definido segundo a sua vontade. "

*Amanzei conta a Schah-Baham como se sentia quando o deus Brama quis que ele ocupasse o corpo de uma mulher.
Retirado do livro "O Sofá" de Crébillon Fils.

A alma feminina tem caminhos labirínticos.


Um comentário:

Anônimo disse...

Essa foto vai matar meu avô!
hauhauhauhauhauuauah